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Aline Machado: Aprovada em 15º lugar na Receita Federal (Auditor Fiscal)

Confira uma entrevista completa com a jornada de estudos da Aline, aprovada em 15º lugar para Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil.

 

1. De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação? O que fazia da vida…

Moro em Curitiba/PR. Tenho 34 anos, sou graduada em engenharia ambiental, mas trabalho no Banco do Brasil há quase 10 anos. Logo depois de ter feito a prova do BB veio a decisão de estudar para a Receita Federal.

 

2. Foram quantos anos de estudo até chegar aqui?

Comecei a estudar para o concurso da Receita Federal em meados de 2013 e em 2014 veio o edital. Não tinha grandes pretensões com essa prova, dado o pouquíssimo tempo de estudos. Continuei a caminhada e em 2020, quando teve a pandemia, fiz uma pausa. Já eram alguns anos estruturando a minha vida em torno dos estudos e deixando várias coisas para depois. Senti a necessidade de usar esse período para mim. Podemos dizer que foram 9 anos de dedicação, descontando esse “período sabático”.

 

3. Nos 6 primeiros meses de estudos, quais as principais dificuldades enfrentadas? Consegue lembrar?

Nos 6 primeiros meses a maior dificuldade, para mim, foi estudar mesmo. Começar algo do zero demanda muito esforço, especialmente quando o conteúdo é tão extenso que parece que você tem que fazer algumas graduações para estudar para um concurso! No começo da preparação você decide estudar e até entende que tem que abrir mão de algumas coisas, mas como ainda é o começo da caminhada, efetivamente ainda não abriu mão de tanta coisa assim. Isso começa a ter um peso maior a medida que o tempo vai passando.

Tinha muita, mas muita dificuldade com as matérias de direito (todas elas!). Minha formação é em exatas, parecia que meu raciocínio era o oposto do que era necessário para entender os conteúdos. Quando ia resolver alguma questão, por muitas vezes eu não entendia sequer o enunciado. E nem é piada. Hoje dou risada disso, mas na época era desesperador. Tive dificuldades também com contabilidade. Como assim o débito não é o débito que a gente conhece?

 

4. O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?

Em 2017 tive uma fase ruim. Passados 4 anos não havia perspectiva de um novo edital. Comecei a questionar as minhas escolhas (pessoais e, principalmente, profissionais). Durante todo esse período estruturei meus dias de forma que os estudos para o concurso fossem a prioridade. Decidi não tentar uma promoção onde trabalhava, pois isso representaria um aumento de jornada de trabalho ou demandaria me dedicar a uma nova graduação ou pós graduação.

Com o tempo passei a me questionar demais. Quatro anos haviam se passado e era como se nada tivesse acontecido na minha vida. Trabalhava no mesmo lugar, o edital não havia saído e eu seguia apostando no incerto.

Isso começou a me atrapalhar. Sentava para estudar e não rendia nada, percebia que eu estava me enganando. Entrei num ciclo vicioso: não estudava direito e me sentia mal por isso; como me sentia mal, não conseguia render. E dia após dia isso se repetia.

Nesse momento pensei em desistir. Talvez fosse o caso de recalcular a rota. Porém, quando cogitei fazer isso me fiz essa pergunta “você vai ficar em paz se desistir? Vai conseguir bancar essa decisão e não olhar mais para trás?” E a resposta foi um belo de um “não”. Eu não conseguiria sustentar a decisão de largar tudo.

Não queria desistir, mas também não conseguia recuperar a motivação. Acredito muito em Deus (aliás, ao longo desses anos todos, todo santo dia ele me ouviu falando desse concurso). Rezei algumas noites pedindo ajuda para conseguir voltar a estudar. Até que aconteceu algo curioso… Eis que um dia estou mexendo no celular antes de dormir e aparece a seguinte matéria:

Comecei a ler. A cada história eu sentia realmente um puxão de orelhas, mas eu me sentia cada vez pior. Qual era a minha desculpa para não conseguir estudar, sendo que aquelas pessoas realmente tiveram dificuldades para estudar e seguiram firmes?

Continuei lendo. Até que cheguei na parte em que o Prof. Alexandre Meirelles conta sobre a emoção de ter sido aprovado no concurso da Receita Federal. Nesse momento comecei a chorar copiosamente imaginando como seria quando fosse a minha vez. E isso me fez seguir em frente. Não olhei mais pra trás e não questionei mais as minhas escolhas. Se havia algo capaz de me fazer chorar de emoção só de imaginar como seria quando eu conseguisse, isso era algo pelo que valia a pena lutar.

 

5. Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?

Na verdade não diria que escolhi área fiscal, mas acabei sendo apresentada à ela. Uma pessoa que era próxima a mim deu a ideia de estudarmos para o concurso da Receita Federal. Na época eu ainda não havia entrado no Banco do Brasil, não tinha um bom salário e a pessoa que deu a ideia não estava feliz com o seu emprego. Então por que não?

Comecei a estudar e logo vi que a vida de concurseiro era dureza. A tal da contabilidade e todos os direitos dificultavam a minha vida. Comecei a achar que poderia não dar conta, mas achei que deveria pelo menos me esforçar um pouco mais, pois ficaria feio desistir tão no início.

Pois bem… Insisti. Depois de um tempo comecei a finalmente pegar o fio da meada em Direito Tributário e logo comecei a ver luz no fim do túnel com os outros direitos também. Passados mais alguns meses comecei a estudar Legislação Aduaneira e Comércio Internacional e, junto com Direito Tributário, passaram a ser minhas disciplinas favoritas. Bom… daí para frente fez todo sentido a escolha da RFB.

Na faculdade, estudar para uma prova era um “parto”; estudar essas 3 disciplinas do concurso era legal. Com o tempo fui pesquisando sobre a Receita. O órgão parecia muito bem estruturado, as atividades pareciam ser muito interessantes e eu comecei a me ver trabalhando lá. Imaginei que eu poderia ser feliz trabalhando na Receita e imaginava o orgulho que eu sentiria ao contar para as pessoas onde eu trabalhava.

 

6. Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso? Quantas horas?

Durante todo o período trabalhei e estudei. Pouco depois de ter começado a estudar, tomei posse no BB. Minha jornada é de 6h e sempre trabalhei no período da tarde. Isso possibilitou que eu tivesse as manhãs livres para estudar e me ajudou a estruturar muito bem a minha rotina entre estudos, trabalho e atividades físicas.

 

7. Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?

Comecei a estudar em 2013 e em 2014 veio um concurso da Receita. Como eu ainda era muito iniciante e nem tinha pretensões nesse certame, vou contar como foi daí pra frente.

Passada a prova de 2014 eu imaginava que pelo menos pelos próximos dois anos não haveria um novo concurso. Nesse período levei a rotina de uma forma bem leve. Estudava sempre no período da manhã, em torno de 3h, trabalhava a tarde e fazia atividades físicas a noite. Tinha até os finais de semana livres. Nesse período era mais importante para mim ter uma rotina bem definida. Sabia que se levasse num ritmo muito acelerado, não conseguiria sustentar por muito tempo, especialmente sem edital na praça. Embora levasse os estudos de forma leve, não pulava um dia e nem dava brechas para isso. Acreditava que o menor vacilo poderia me levar a procrastinar.

Os anos foram passando e nada de vir o edital. Só que estudar já estava enraizado na minha vida, não era algo que me incomodava e se eu parasse era como se abrisse um vazio nos meus dias. Nesse período percebi como a rotina era importante. Para mim não fazia sentido não estudar, meus dias estavam muito bem encaixados daquela maneira.

Segui dessa forma até 2019. Quando sentia que não estava rendendo tão bem, alterava as matérias do ciclo, investia mais em questões ou estudava pelos resumos. Até que veio a pandemia em 2020 e decidi que nesse ano os estudos não seriam a prioridade. Achei que seria o momento para fazer algumas das coisas que eu sempre deixava para depois porque precisava estudar.

Nesse período aproveitei para pesquisar sobre métodos de revisão, adquiri a assinatura do Estratégia em uma Black Friday e em 04/01/21 retomei os estudos. Dessa vez com mais afinco. Em algum momento esse edital tinha que vir. No meio do ano de 2021 teve muito barulho por uma autorização, mas ela não veio. No final do ano voltou a se falar na possibilidade de um novo concurso e eu só pensava que precisava estar preparada quando a oportunidade aparecesse. Não dava para correr o risco de esperar por mais tantos outros anos por essa prova e essa foi a minha motivação para seguir firme enquanto não vinha o edital.

 

8. Quantas horas por dia costumava estudar?

Acho que posso dividir minha vida de concurseira em pré-pandemia e pós pandemia. Antes da pandemia tinha um ritmo leve, estudava entre 3 e 4 horas por dia. Já tinha percorrido boa parte do edital para a prova de 2014, então se fosse necessário dar uma acelerada acreditava que daria tempo de correr atrás.

Depois da pandemia fui intensificando de forma gradativa. Antes da autorização, estudava em torno de 26-28h semanais, de segunda a sábado.

Quando a autorização saiu, aumentei para 30-32h semanais e comecei a estudar também no domingo (utilizava esse dia para a discursiva e alguma revisão).

No pós-edital consegui espremer um pouco mais a rotina e cheguei em 35h semanais.

Faltando 30 dias para a prova tirei férias do trabalho e aí fazia entre 40-45h semanais.

Lógico que nem sempre bati essa carga horária. Embora tenha jornada de 6h, por muitas vezes precisei fazer hora extra no trabalho e chegava esgotada em casa (trabalhar em banco tem seus dias exaustivos). Algumas vezes precisei lidar com questões pessoais ou problemas de saúde, mas sempre entreguei o máximo que tinha todos os dias. Definitivamente a constância faz toda a diferença, é melhor ser constante e estudar, mesmo que pouco, todos os dias do que ter uma carga altíssima em uma semana seguida de dias sem estudar em outra.

 

9. Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada.

Lá nos primórdios da preparação, em 2013, estudei por vídeo aulas. Como não tinha conhecimento algum, foi o que mais me ajudou naquele momento. Assistia e fazia anotações. Cheguei a fazer resumos manuscritos de Direito Tributário, Comércio Internacional e Legislação Aduaneira.

Com o tempo fui adquirindo bagagem e passei a estudar apenas pelos PDFs. Passei a fazer grifos neles e adicionar comentários no próprio arquivo. Montei um ciclo de estudos com duas matérias por dia, geralmente uma que eu considerava mais leve com uma que eu tinha mais dificuldades.

Mas o divisor de águas foi em 2021, quando passei a utilizar as Trilhas Estratégicas. Passei a ter um roteiro de estudos bem mais organizado, com um horizonte de tempo definido (uma trilha por semana) e de quebra isso resolveu uma das grandes dúvidas que eu tinha, que era saber se a quantidade de páginas que eu estudava era suficiente ou se eu estava me enrolando.

Nesse momento também pesquisei sobre métodos de revisão e passei a utilizar o de 24 horas/7 dias/30 dias. Comprei um planner e passei a organizar semanalmente os meus estudos: ao longo da semana eu sabia o que iria estudar todos os dias e conciliava as matérias da trilha com o meu calendário de revisões.

Quando saiu a autorização, em junho de 2022, incluí o estudo da discursiva. No começo treinava um tema por semana e até a data da prova foram 26 temas. Ter estudado desde cedo fez muita diferença, fui confiante para a prova e tive um ótimo desempenho.

 

10. Fez alguma mentoria? Acha que ajudou?

Fiz a mentoria do Prof. Thomas Jorgensen. Em minha defesa, Prof. Bruno, você nunca tinha vagas! 🙂

Brincadeiras à parte, ajudou muito. No pós edital fiquei um pouco perdida. Esperei tanto por aquela data que, quando ela chegou, não sabia o que fazer. Me assustei com a entrada de Economia e Contabilidade Pública e não tinha ideia de como lidar com essas novidades, além do fato de ter que conciliar com todas as outras matérias (algumas em fase de revisão, outras ainda estudando conteúdos novos, como TI).

A mentoria me ajudou a dar um norte e entender que era preciso escolher de forma consciente o que estudar. Já tinha uma bagagem considerável, mas diria que a mentoria foi um ajuste fino nessa reta final de preparação.

 

11. Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).

Logo que comecei a estudar para o concurso da RFB, tomei posse no Banco do Brasil. Posso dizer que isso me deu muita tranquilidade ao longo do processo, pois tirou a pressão do fator financeiro. Isso, aliado ao fato de que tinha uma jornada de 6h, ajudou a me manter firme durante todo esse período e a “bancar” a decisão de aguardar aquele era o meu concurso dos sonhos.

Porém, quando pensava em fazer alguma Sefaz a história era outra. Duas coisas passavam pela minha cabeça: a primeira, que eu morava numa cidade bacana, com um emprego bom e perto dos meus amigos. Isso me segurava um pouco, não parecia interessante deixar esse conforto de lado por um concurso que ainda não era o que eu queria. A segunda, que isso poderia ser um desvio e custar a aprovação na Receita Federal. As Secretarias Estaduais possuem um salário muito bom, então achava que correria o risco de sair aproveitando a vida adoidado e deixar os estudos de lado. Sabia que se isso acontecesse seria muito difícil de retomar. E se um ano depois de assumir o cargo em alguma Sefaz, saísse o edital da RFB? Será que daria tempo de me preparar?

Então, respondendo de forma mais direta a pergunta, acho que vale a pena se isso não te desviar do que realmente quer. O concurso dos sonhos é aquele que brilha os nossos olhos só de imaginar o nome na lista de aprovados, que faz você abrir mão de diversas coisas dia após dia e pelo qual vale a pena (e muito) lutar. Se algo pode te deixar mais longe disso, acho que deve ser muito bem ponderado.

 

12. Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?

Sem dúvida alguma foi a melhor sensação que já vivi!! Porém, até chegar esse momento, foi uma montanha russa de emoções.

Acredite ou não, não tive coragem de conferir o gabarito após a prova. Estava com muito medo de ter zerado Economia. De longe foi a matéria que mais tive dificuldades para estudar. A disciplina é muito extensa, complexa e eram apenas 6 questões. No dia da prova consegui resolver duas, mas sem muita convicção. Os 9 anos de estudos estavam sendo decididos ali.

Quando saiu o resultado da prova objetiva a primeira coisa que senti foi alívio. Economia não tinha me derrubado! Fiquei muito feliz por estar na briga, mas depois que a adrenalina baixou parei para pensar que eram 172 vagas e estava por volta da posição 305. Isso me preocupou um pouco. Infelizmente minha prova da tarde ficou abaixo do que eu poderia entregar e isso me custou algumas boas posições.

Após o resultado mandei mensagem para o Thomas. Ele perguntou sobre a minha discursiva e lembro que falou “vai dar certo! você precisa tirar 3 pontos”. Nesse momento parei para pensar que eu realmente estava na briga. Tinha conseguido responder bem as duas questões e estava confiante com essa prova. Definitivamente poderia dar certo. E deu!

Quando saiu a nota da discursiva, demorou para eu entender o que estava acontecendo. O resultado foi divulgado em ordem alfabética e não tinha o somatório das duas provas. Fiquei extremamente feliz com a nota, foram 55 pontos de 60, mas ainda não sabia a classificação.

Contei para o Thomas sobre a nota e ele falou que eu estava entre os 15. Pensei que estava falando da discursiva, o que já seria muita coisa, pois subiria muitas posições. Logo em seguida mandei mensagem para a Prof Maria, da Oficina de Discursivas, e ela me disse a mesma coisa. E eu só pensava “do que eles estão falando?”. Quase que simultaneamente chegaram a planilha do Thomas no meu email e uma foto da Prof Maria no Instagram, e elas mostravam a mesma coisa: eu estava em 15° lugar na classificação final!

Eu só conseguia sorrir! Só tinha sentimentos bons naquele momento! Liguei para os meus pais, meu irmão, contei para os meus amigos. De repente recebo uma mensagem da jornalista do Estratégia perguntando se eu topava participar de uma live. Eu só queria uma vaga e, tudo tinha dado tão certo, que em poucos instantes iria compartilhar a minha história com outras pessoas!

Escrevo esse depoimento cinco dias após o resultado e vários filmes têm passado pela minha cabeça, parece que a ficha ainda não caiu. A cada parabéns que eu recebo sou lembrada do tamanho da conquista. Definitivamente esses dias têm sido muito especiais!

Há seis anos atrás eu me perguntei se estava fazendo a coisa certa, ao insistir em um edital que nunca vinha, e o que me fez seguir em frente foi imaginar o dia em que eu visse meu nome na lista dos aprovados. Esse dia chegou e eu não consigo descrever o tamanho da felicidade!

 

13. Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam?

Por muito tempo não tive um método estruturado para as revisões. Ter o material preparado teria facilitado, e  muito, quando retomei os estudos após a pandemia.

Acho também que poderia ter dado mais atenção às leis secas, especialmente enquanto não havia autorização. Acabei estudando apenas os trechos das leis que apareciam nos PDFs, mas alguns minutos dedicados a isso durante a semana teriam sido mais uma excelente forma de revisar.

 

14. Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS? O que acha que foi o seu diferencial?

Sempre tratei os estudos como prioridade, as outras áreas da minha vida giravam em torno disso. Tive a oportunidade de direcionar meu horário de trabalho e optava sempre pelo período da tarde porque de manhã rendia mais para estudar.

Outro fator que me ajudou foi a disciplina. Todos os dias que estava previsto estudar, eu estudava. Não pulava um dia sequer. Se não estava legal por algum problema, estudava de forma mais leve (questões, vídeo aula ou revisão). Sempre achei que abrir brechas seria um caminho perigoso. Se não pudesse estudar por 3h no dia, que fizesse 1h ou até mesmo meia hora, mas algo tinha que ser entregue.

Por último, aquele que eu acho que foi meu maior acerto: ACREDITAR. Sempre acreditei na minha capacidade, sempre apostei as fichas em mim. Quando comecei a estudar, a minha dúvida não era se iria passar, mas quando iria passar. Tive, sim, momentos de incerteza, mas não porque achava que não conseguiria, mas porque a autorização do concurso nunca vinha.

 

15. Qual foi sua principal motivação?

Estudar para concurso é algo que depende inteiramente de você. Você não está sendo indicado para aquela vaga, não está sendo apadrinhando e nem fazendo uma entrevista em que depende de outra pessoa ter a percepção correta sobre você para que conquiste a vaga. É o seu esforço que irá levar à sua aprovação. Ninguém luta as suas batalhas, ninguém estuda por você, ninguém faz a prova por você. Ou seja, o mérito da conquista é seu. Esse foi um dos motivos que o mundo dos concursos me atraiu e que me ajudou a me manter motivada nesse período. Lógico que contamos com o apoio e a torcida das pessoas próximas, mas repito: ninguém luta essa batalha por nós.

Quando me sentia cansada ou me preocupava com o longo período já sem edital, pensava no quanto a minha vida poderia mudar após a aprovação, pensava em todos aqueles lugares que eu sonho em conhecer e no orgulho imenso que eu sentiria por ser aprovada em um dos dos concursos mais concorridos do país, naquele que pode ser considerado a menina dos olhos da área fiscal.

 

16. Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Quando começar a jornada de estudar para concursos, reflita bem sobre o que ela envolve. Você irá precisar fazer muitas escolhas. Pode ser que você abra mão de oportunidades profissionais, pode ser que alguns relacionamentos se percam ao longo do caminho e pode ser que você seja criticado. Isso irá começar a pesar com o tempo e fará muita diferença estar em paz com o caminho que escolheu.

A caminhada de concurseiro por muitas vezes é solitária. A menos que você conviva com outras pessoas que também estejam estudando, dificilmente os outros irão entender as suas dificuldades. Algumas pessoas irão te criticar por apostar em algo tão incerto, irão dizer que não entendem como consegue estudar para uma prova que nem tem data. Outras, mesmo sem ter a menor noção de como é se preparar para um concurso, irão te apoiar. E essas últimas você precisa manter ao seu lado. São elas que irão te impulsionar quando o fardo começar a pesar e é com elas que você irá querer comemorar a sua conquista.

Se inspire em pessoas que já passaram por esse caminho tão difícil que é buscar a aprovação em um concurso. Veja bem: se inspire, mas não se compare! Você, melhor do que ninguém, sabe das suas dificuldades.

Para finalizar, diria que estudar para concurso muda a pessoa que somos. Diariamente precisamos dar o nosso máximo, somos cobrados pela falta de tempo, erramos muito e acertamos com uma frequência menor. Porém, digo com muita convicção que irá olhar para trás e sentir um orgulho imenso por ter seguido em frente quando o caminho mais fácil seria desistir, por ter vencido as suas batalhas pessoais e por ter conquistado a tão sonhada aprovação!

 

17. A Oficina de Discursivas e LFT

No concurso de 2014 não atingi a pontuação mínima em Legislação Tributária Federal. Na época tinha que acertar 40% de cada disciplina e acertei 3 questões de 10. Tudo bem que eu tinha pouquíssimo tempo de preparação e a disciplina é complexa, mas isso me assustou por muito tempo. Adquiri o curso de LTF Esquematizada e utilizei ele como material de revisão, complementando o material teórico que eu já utilizava. O curso me ajudou demais e foi uma excelente ferramenta na minha preparação. Estava atualizado com as alterações recentes do Regulamento do IPI e do Imposto de Renda, continha esquemas muito completos e que faziam a ponte com o CTN e a CF, além de muitos exercícios. Estudei todas as aulas e, quando finalizei a última, percebi que não estava mais com medo dessa disciplina, estava me sentindo preparada.

Quando saiu a autorização do concurso decidi estudar para a discursiva, pois comecei a perceber que toda vez que eu tentava elaborar uma resposta na minha cabeça, começando do zero, tinha dificuldades. Percebi que não era bem assim a história de “é só colocar no papel o que você sabe”. Comecei a pensar que se no dia da prova eu não tivesse tanto domínio do assunto da discursiva, não daria para simplesmente não responder. Isso automaticamente me deixaria de fora da jogada, então precisaria estar preparada para qualquer imprevisto. Foi nesse momento que adquiri a Oficina de Discursivas. Os temas eram muito variados e começar a escrever me possibilitou um estudo mais ativo, me ajudou a revisar e a entender que a objetividade seria minha aliada. Minha primeira discursiva do curso foi ruim, pura enrolação. Continuei treinando e escrevi 26 temas no total. Pude perceber a evolução ao longo de cada uma delas e isso me deixou confiante para a prova. O resultado foi incrível: 55 pontos de 60!

Deixo o meu muito obrigada ao Prof. Bruno Bezerra e ao Prof. Eduardo Knorst pelo curso de LTF Esquematizada; à Prof. Maria, ao Prof. Fernando Maurício e (novamente) ao Prof. Bruno pela Oficina de Discursivas; e aproveito o gancho para agradecer ao Estratégia Concursos e ao meu Mentor, Thomas Jorgensen.

Imagino que seja uma responsabilidade muito grande se dedicar a produzir conteúdo para tantas pessoas utilizarem. Um bom material sem a dedicação do aluno, não traz resultados. Porém, um bom aluno sem um material de qualidade também não consegue a aprovação. Vocês entregaram muito nesses materiais e isso me possibilitou chegar mais bem preparada na prova! Saibam que vocês tiveram participação na minha caminhada até a aprovação! Muito obrigada!!

 

Resumos Esquematizados – Confira aqui.

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